“O escândalo do mundo é o que faz a ofensa e pecar em silêncio não é pecar totalmente.”
“O amor é a comédia, na qual os atos são mais curtos e os intervalos mais compridos.”
Acabamos de citar dois grandes precursores da comédia de costumes. Jean Baptiste Poquelin, mais conhecido como Molière e Luiz Carlos Martins Pena. Mas antes de mergulharmos um pouco na história desses ícones…
O que é a Comédia de Costumes?
Ela é um gênero do Teatro assim como: o drama, a mímica, o teatro musical e muitos outros. É característica no Teatro brasileiro migrando para a televisão e o cinema. Surgiu na França no século XVIII, mas é tão brasileira que dá vontade de sambar.
E quem foi Molière?

Foi um dramaturgo, diretor, encenador e ator francês que acendeu o fósforo da comédia Dell´art na França. Dando vida a comédia e que no século XIX iria respingar na comédia de costumes aqui no Brasil. E foi Martins Pena que veio e deu o chute para o gol.

Martins Pena é o cara da Comédia de Costumes aqui no Brasil. Infelizmente acabou morrendo jovem, com apenas trinta e três anos de idade, vítima de tuberculose. Ele é a pedra angular da comédia de costumes. Dessa compreensão do riso, de entender a sociedade brasileira e o seu povo, que rompe com o romantismo e com a forma quadrada de fazer teatro de declamação.
As principais preocupações das personagens da Comédia de Costumes são: o amor, a ascensão social, o dinheiro, o passar a perna no outro, a “manha”, o “jeitinho brasileiro”.
É importante frisar que Martins pena, além de ocupar a 29º (vigésima nona) cadeira da Academia Brasileira de Letras, é considerado o Molière brasileiro. Ele não segue o molde da comédia francesa, se inspira com referências e estabelece a comédia de costumes aqui no Brasil. Sendo seus fundamentos: o humor, a ironia, a crítica e a caricatura.

O ano de 1848 foi um grande marco para a comédia de costumes no Brasil, pois foi nesse ano que a peça “O Juiz de Paz na Roça” de Martins Pena foi encenada no teatro. E foi um grande desafio, pois naquela época a comédia sofria grande preconceito por conta da força do romantismo. Sendo necessário o uso de um pseudônimo por Martins Pena para assinar a peça, por medo de sofrer forte represália no seu trabalho como funcionário público.
Antes da Comédia de Costumes o nosso teatro não tinha uma identidade brasileira, em resumo, nós éramos “paga paus” da Europa. Depois a fisionomia brasileira começou a aparecer em palco, então, o público dava risada, pois estava se enxergando na cena. A catarse se fazia presente por meio do riso.
A partir de Martins Pena a nacionalidade brasileira começa a aparecer, lembrando que o teatro acompanha a história e naquela época o Brasil sofria com grandes mudanças, como a sua independência, com o processo de libertação da escravidão e o povo sendo contemplado com o riso até o dias de hoje.
GOSTOU DESSE CONTEÚDO?
Aproveite e acesse o link do vídeo que preparamos com todo carinho para vocês sobre “Comédia de Costumes”.
Ah! E acesse as nossas redes e vem acompanhar o nosso trabalho: https://linktr.ee/donamirnaarte
Texto e revisão: Clau Siqueira